Torcida italiana reverencia o craque. Milan e Real ficam apenas no 1 a 1
MILÃO
O Estádio San Siro, em Milão, aplaudiu ontem de pé a volta de Kaká ao palco em que se tornou o melhor jogador do mundo. Ídolo da torcida rubro-negra, o brasileiro regressou a sua antiga casa com a camisa branca do Real Madrid para enfrentar o Milan pela quarta rodada do Grupo C da Copa dos Campeões. Equilibrada, a partida terminou empatada por 1 a 1, com gols anotados no primeiro tempo por Benzema e Ronaldinho Gaúcho, em cobrança de pênalti.
Apesar de estar do lado adversário, Kaká parecia mesmo em casa. Seu semblante exibia a satisfação de sentir-se reconhecido. Nas arquibancadas, faixas foram estendidas e canções eram entoadas em sua homenagem. Tudo em gratidão a um jogador que não só fez sua história no clube italiano como também ajudou a enriquecer a própria história do Milan. "É maravilhoso ser recebido assim no San Siro. Isso significa que fiz algo bom pelo clube. Espero conseguir o mesmo no Real Madrid", declarou Kaká, com a elegância habitual, a uma TV espanhola.
Bastou a partida começar para a recepção a Kaká ficar em segundo plano. Nova ovação o brasileiro receberia apenas no final da partida. Dali em diante o momento era de rivalidade.
O Real saltou na frente do placar aos 28 minutos da primeira etapa, ao Benzema completar para as redes um rebote de Dida. A jogada do gol espanhol nasceu dos pés de Kaká, que fintou Seedorf na intermediária antes de arrematar de fora da área. O goleiro brasileiro foi enganado por um suave desvio na zaga e a bola acabou sobrando para o atacante francês.
Cinco minutos depois, contudo, veio o troco. O Milan partiu para cima da defesa adversária e, em jogada de linha fundo, o zagueiro Pepe cortou um cruzamento com o braço, lance interpretado pela arbitragem como pênalti. Ronaldinho Gaúcho converteu e igualou o placar.
Recuperada a confiança, o Milan voltou à carga em seguida. Pirlo fez longo lançamento para Pato, que ganhou do defensor no alto, tomou a frente e fez um golaço. Ou melhor, teria feito. O juiz anulou a jogada.
A essa altura a partida dava a impressão de que premiaria os espectadores com uma reedição do confronto anterior, vencido pelo Milan por 3 a 2, numa virada espetacular em pleno Santiago Bernabéu. Nada disso! O segundo tempo foi de passes errados e muita marcação.
Até por instinto de preservação, o técnico Leonardo achou por bem intensificar a perseguição em campo a Kaká. A estratégia de encurtar ao máximo o espaço limitou a ação do meia brasileiro, responsável pelos raros lampejos de criatividade em um duelo tão equilibrado e previsível quanto as versões mais novas dos jogos de videogame.
No fim, o empate foi bom para anfitriões e visitantes. Milan e Real subiram a 7 pontos cada e mantiveram as primeiras posições do Grupo C, pelo qual o Olympique de Marselha goleou o Zurique por 6 a 1, com um gol do brasileiro Brandão.
Fonte: Estadão
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